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A minha visão sobre Educação. As várias visões sobre Educação e todas as suas (e nossas) variáveis.
As listas para enfrentar o mundo não se vendem e não têm idade. Há ursos de peluche, e tudo o que representam, até ao final da nossa vida.
As listas para enfrentar o mundo podem variar consoante a dor. Há dores avaliadas de zero a dez. Há dores que rebentam a escala dos 10. E nessas dores, as listas, às vezes, ficam temporariamente vazias.
Depois da dor instalada há pontos que começam a surgir. Mesmo que saibamos que ainda há mais dor para além da escala. Que há mais dor para além do insuportável. Na lista, depois dos cacos mal amanhados, mal colados, começam a surgir pequenas construções. Dessas construções nascem novas realidades. Uma espécie de mundo paralelo, de pequenos planetas emocionais. A dor está lá. É grande e constante, como se fosse um abraço frio de que nunca nos livramos.
Quando escolhemos agarrar nos cacos da vida queremos colá-los e colocá-los o mais próximo do que foram, numa espécie de novo palco. Escolhemos pegar na cadeira de rodas, rir, trocar as voltas à vida, fintar a morte, mesmo sentindo a antítese interna.
As listas para enfrentar o mundo não são mais do que fintas à vida. Não são mais do que breves substitutos até equilibramos as novas formas dos cacos.
As listas para enfrentar o mundo são feitas de resiliência, de medo, de desnorte, de dor, de força, de pernas bambas, de amor, de saudade. São feitas de lugares de afeto, de doces, de vislumbres, de visões. São um sítio, uma pessoa, várias pessoas. São uma série, o trabalho, os filhos. São uma crença, uma ideia, um telefonema, um mergulho no mar, uma piada, uma gargalhada conjunta, um palavrão, um grito. São os ursos de peluche e os donuts desta vida.
São a nossa salvação.