Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A minha visão sobre Educação. As várias visões sobre Educação e todas as suas (e nossas) variáveis.
Aproveitando a onda, já perdida, do Mundial recordei-me da designação “Heróis nacionais” e de como o futebol, particularmente jogadores como o Cristiano Ronaldo, mexem multidões, entusiasmam os mais pequenos e nos dão um sentimento patriótico como mais nada nem ninguém nos dá.
Ouvi recentemente a seguinte frase: “Seleção Nacional, Heróis nacionais? Não. Heróis Nacionais são os bombeiros, os médicos, os profissionais que todos os dias salvam vidas e fazem o melhor pelos outros”. É uma frase bonita, mas também um lugar-comum e por isso acrescento, parafraseando alguém que muito estimo, “Não vamos banalizar a palavra herói, ser bombeiro, polícia, médico, futebolista determina a função de cada um. Agora há bombeiros que são heróis, há polícias que são heróis, há médicos que são heróis e há futebolistas que são heróis, que se destacam”.
No caso de jogadores como o Cristiano Ronaldo (e não só) há algo efetivamente de Herói Nacional (apesar de todas as críticas de que é constantemente alvo). Em qualquer escola, em qualquer bairro, em qualquer canto de uma rua, quando vemos jovens a jogar à bola, as t-shirts, os brincos e o penteado não nos deixam enganar, o CR7 é o ídolo, é o número na camisola e no coração de cada um. É o melhor.
E o que tem o Cristiano Ronaldo para nos ensinar e marcar as vidas dos jovens e a de qualquer um de nós?
Colocando de parte a sua arte de dominar a bola, “o dom” (não acredito muito em dons, acredito no trabalho) tem a determinação a vontade e resiliência. E a verdade é que não existem melhores caraterísticas para o sucesso de qualquer profissão. Este é o ato verdadeiramente heróico que Cristiano Ronaldo representa. Não são os brincos, o penteando, a frota de carros mas a dedicação ao seu objetivo. O foco e a confiança.
Vir do nada e ser tudo é um sonho de muitos jovens e por isso são, também, heróis, pais e professores que são capazes de desconstruir uma imagem que parece simples. Dar uns toques na bola não é condição sine qua none para ter sucesso como futebolista, assim como cantar, representar ou dançar em frente ao espelho desde pequenino não é sinónimo de ser artista e que independentemente do caminho escolhido não há sucesso coerente sem virar as costas às facilidades, estar ciente dos desafios, arriscar e estar disposto, inúmeras vezes, a sacrifícios pessoais.
A vida divide-se em dois tipos de pessoas, aquelas que num jogo de futebol anseiam pela 2º parte por ser a oportunidade para marcar mais golos e aquelas que receiam a 2ª parte com medo de sofrer golos. Há também, como completou um amigo meu, aquelas pessoas que vivem no intervalo com medo de dar o passo seguinte. Mas é no passo seguinte que pode residir aquilo que define o sucesso.