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A minha visão sobre Educação. As várias visões sobre Educação e todas as suas (e nossas) variáveis.
http://leitor.expresso.pt/#library/expressodiario/19-06-2017/caderno-1/temas-principais/gnr-tentou--mas-nao-conseguiu--travar-marcelo
Os abraços não resolvem tudo. Tudo o que aconteceu e acontece não cabe num abraço. Mas como Chefe máximo de Estado as suas ações têm um impacto gigante. Passámos de alguém que não saía do pedestal ensinando-nos uma lição de distância e desprendimento para alguém que, exagerado ou não, tem-nos vindo a transmitir uma lição de proximidade.
Estar onde é preciso, ser inspirador é, também, o que um Presidente deve ser.
O ritmo acelerado da escola, dos conteúdos e a falta de tempo útil para pensar numa organização dificulta o processo de estudo. É essencial quebrar o ciclo de ansiedade que se pode desdobrar em atribuições de culpas, baixas expetativas e insucessos.
O primeiro passo é parar. Parar para refletir sobre a nossa forma de atuar definindo prioridades nos conteúdos a estudar, como estudar e quando estudar. É fundamental estabelecer um plano e cumpri-lo. Ao estabelecermos um plano de estudo com objetivos conseguimos uma organização que nos faz poupar tempo para as nossas outras atividades.
Desta forma é essencial:
Criar um compromisso com a agenda escolar. Este compromisso deve traduzir-se na elaboração de um esquema semanal de estudo com base nos momentos de avaliação (numa perspetiva contínua) onde definimos os momentos de estudo. Este horário deve acompanhar o aluno nos vários locais :escola e no espaço de estudo em casa e deve definir os tempos direcionados para a preparação dos momentos de avaliação e os momentos de tempos livres, juntamente com outras atividades.
O aluno terá de se responsabilizar por essa “agenda”. Sendo ele quem deve construir juntamente com ou pais ou tutor, os momentos destinados ao estudo.
A gestão de tempo é fundamental. Saber gerir o tempo de estudo criando horários plausíveis e intervalos é a chave para permitir um equilíbrio entre os momentos de maior disponibilidade mental e concentração com os momentos de descontração. É importante defini-los tendo em conta o perfil de funcionalidade do aluno no que diz respeito aos seus tempos de concentração. São preferíveis mais intervalos (curtos) do que a exigência de um tempo muito prolongado.
O aluno deverá, também, compreender a diferença entre intensidade de estudo e qualidade de estudo. O sucesso não está nas horas que se passa a estudar, mas na forma como estudamos e é isso que faz a diferença. Este é um dos principais desafios neste trabalho de planeamento e os pais ou tutor são os principais aliados nesta competência. Deverá existir um compromisso entre os conteúdos e as competências associadas à matéria da disciplina tentando um maior nível de objetividade. Para isso o aluno, juntamente com pais e auxílio do professor, devem selecionar os materiais necessários de apoio ao estudo permitindo assim ao aluno uma maior proximidade da matéria o que se traduz numa maior segurança e sentido de responsabilidade.
A internet dispõe de inúmeras páginas com exemplos de avaliações pedagógicas bem como teses que demonstram quais os pontos essenciais e de que forma deve ser construída.
Na realização de uma Avaliação Pedagógica existem três pontos que considero fundamentais e que estão assentes na premissa de a tornar absolutamente individual. O objetivo será (sempre) realizar uma avaliação o mais completa e detalhada que nos permita obter uma imagem, o mais fidigna possível, do aluno. É muito fácil cairmos nas disposições gerais e nas áreas mais globais arriscando-nos a criar avaliações que poderiam tanto do Manuel como da Maria.
Quando entramos no campo das Necessidades Educativas Especiais e de forma a respeitar a lei em vigor é necessária a utilização da CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade) em que “(…)o objectivo geral da classificação é proporcionar uma linguagem unificada e padronizada assim como uma estrutura de trabalho para a descrição da saúde e de estados relacionados com a saúde. A classificação define os componentes da saúde e alguns componentes do bem-estar relacionados com a saúde (tais como educação e trabalho)” http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf
No momento da avaliação através deste instrumento é, no meu entender, imprescindível uma descrição detalhada do comportamento da crianças em cada área referente a cada código. A mera atribuição de códigos, como tenho vindo a referir em outros textos, desumaniza a avalição fechando alunos em números sem conteúdo.
Outro ponto a ter em atenção são os atos perlocutórios na avaliação. Observar e registar quais as reaçóes, expressões, verbalizações efetuadas pelo aluno avaliado. São estes detalhes que permitem compreender e espelhar de uma forma única aspectos importantes para uma posterior intervenção.
O terceiro ponto prende-se com a utilização não só de instrumentos formais, mas de exercícios, ou mesmo objetos familiares com relação afetiva para o aluno. Uma avaliação baseada apenas em documentos muito estruturados retira toda a espontaneidade e interesse de quem é avaliado o que torna a avaliação inócua.
A realização de uma anamnese – recolha de informação pessoal e escolar é, também, fundamental para poder compreender o background bem como algumas verbalizações e comportamentos observados. É através da recolha destes dados que se torna possível selecionar e construir instrumentos de avaliação mais adequados. Esta é, no entanto, uma metodologia ambígua. Existem professores apologistas de não conhecer a anamnese antes de avaliar uma criança com o argumento de que este conhecimento prévio vai “contaminar” as crenças em relação ao aluno no momento de avaliação e criar ideias preconcebidas, tornando assim a avaliação menos “natural”.
Refletindo sobre qual o procedimento mais correto, direi que não existe. Ambas metodologias são legítimas contendo argumentos pertinentes. Por um lado conhecer o passado pode ajudar na preparação de uma avaliação mais estruturada, por outro lado este conhecimento prévio retira alguma espontaneidade ao momento de avaliação.
Penso que são metodologias que podem coabitar e a escolha deve ser deixada ao critério de quem procede à avaliação. A premissa que deverá ser sempre essencial é a de encarar este momento de avaliação como um momento recíproco. Um momento onde devemos estabelecer uma relação de confiança, aquela que permite retirar alguma formalidade que (sim) pode contaminar todo o processo.